segunda-feira, 25 de março de 2013

A Química da Morte

"Simon Beckett é um autor que rapidamente mobilizou a atenção de um público internacional com este seu primeiro thriller protagonizado por um especialista em antropologia forense. Após a perda da mulher e da filha de seis anos, David Hunter escolhe refugiar-se numa aldeia isolada de Norfolk, a tratar dos vivos, tentando esquecer a sua tragédia pessoal. Mas, mesmo aí, o destino obriga-o a lidar com aquilo de que ele pretende fugir... A Química da Morte foi finalista do mais importante prémio deste género literário, o Duncan Lawrie Dagger Award de 2006.
Ao fim de trinta segundos, a sua pele começa a arrepiar-se.
Ao fim de um minuto, o bater do seu coração ter-se-á tornado audível.
Ao virar a última página, dará graças por se tratar de uma obra de ficção."
"Um corpo humano inicia a sua decomposição quatro minutos após a morte. O corpo, outrora invólucro da vida, sofre então as duas derradeiras metamorfoses. Começa a digerir-se. As células dissolvem-se de dentro para fora. Os tecidos liquefazem-se, primeiro, e gaseificam-se, depois. Já sem estar animado, o corpo torna-se banquete imóvel para outros organismos. Primeiro as bactérias, depois os insetos. As moscas. Os ovos são depositados e depois eclodem. As larvas alimentam-se do rico caldo de nutrientes; em seguida, migram. Abandonam o corpo de um modo ordeiro, umas atrás das outras numa procissão que se dirige sempre para sul, sudeste ou sudoeste, por vezes, mas nunca para norte.
Nesta fase, a proteína muscular do corpo já sucumbiu, produzindo uma potente fermentação química. Letal para a vegetação, aniquila a erva à medida que as larvas percorrem rastejando e formando um cordão umbilical de morte, que se estende de retorno à sua origem. Nas condições perfeitas - de secura e calor, sem chuva - pode estender-se por vários metros, numa vacilante fila dançante castanha, de vermes amarelos e viscosos. É uma visão curiosa, e que pode haver de mais natural para os curiosos do que seguir este fenómeno até à sua origem?"

Este excerto podia ser o início de um livro de Patologia Forense, mas na verdade são os dois primeiros parágrafos deste belo livro. Podem-no chamar de nojento, mas para mim é um belo livro. Thriller e adrenalina percorrem-nos as veias enquanto o folheamos. Nunca sabemos o que há a descobrir na próxima página.
Gostei muito deste livro pelo tema policial forense, pelas descrições explícitas e maioritariamente pelos temas da Antropologia Forense que são constantemente abordados e explicados.

Obrigado Dr. Hunter por me dar mais certezas acerca do futuro que quero seguir.

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